Cada vez que eu estou a ponto de sufocar, ele diz: ‘Dança’, e eu danço.
E isso me alivia!
Uma vez, quando meu pequeno Dimitráki morreu, na Halkidikí, eu me levantei e dancei.
Os parentes e amigos, ao me virem dançar assim diante do corpo,
se precipitaram sobre mim para me fazer parar.
‘Zorbás ficou louco!’, eles gritavam. ‘Zorbás ficou louco!’
Mas eu, se não dançasse naquele momento, aí sim, eu ficaria louco de dor. Porque ele era o meu primeiro filho e tinha três anos, e eu não podia suportar a sua perda.
Você compreende o que estou dizendo, ou estou falando para as paredes?”
Este é o trecho do livro “Zorba, o grego” de Níkos Kazantzákis em que o personagem Alexis Zorbás fala de sua relação com a dança.
A dança é uma das formas de expressão que melhor representam o espírito grego e a história da Grécia, seus martírios, suas conquistas e festas, seu dia-a-dia, suas imensas alegrias e profundas tristezas.
Uma das características do povo grego é a alegria, e na dança essa alegria é muito bem expressa através de seus diversos ritmos. As danças podem ser de origem típica ou popular, variando ainda de região para região ou da época. A música e a dança são exóticas e seus ritmos são contagiantes, é impossível ficar parado.
Os gregos da antigüidade acreditavam que a dança era uma invenção dos deuses e mais tarde associaram-na com suas cerimônias religiosas e de adoração. Eles acreditavam que os deuses ofereciam esse presente apenas para alguns seletos mortais, que em retribuição ensinavam a dançar seus amigos.
A mitologia grega atribui a origem da dança a Rea que ensinou essa arte a Kourites em Creta. Kronos havia destronado seu pai Uranos. Temendo ser igualmente destronado por seus próprios filhos, comia-os assim que nascessem. Sua mulher Rea, no entanto, desobedeceu Kronos quando seu último filho chamado Zeus nasceu. Ela escondeu seu filho Zeus em uma caverna escura em Creta e deu a Kronos uma pedra embrulhada em roupas para que a comece pensando ser seu filho. Ela também pediu a Kourites, que era um guerreiro semi deus, para fazer uma dança de guerra em volta da caverna, batendo forte, escudos e espadas uns com os outros para que Kronos não ouvisse o choro da criança. Quando mais tarde Zeus destrona seu pai, Kourites se torna um padre no novo mundo e seus descendentes continuariam a perpetuar aquela dança para as cerimônias religiosas.
Uma primeira grande classificação separa as danças em danças folclóricas ou rurais (paradossiaká) e populares ou urbanas (laiká), derivadas das canções chamadas rebétika.
Em prôximo post falaremos mais sobre a dança grega, explicando alguns de seus tipos e diferenças.
Fonte:www.awake.com.br e Flickr.
Miquilissssss
Um comentário:
Ótimo post e belíssimas fotos! beijos
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